Evolution IQ

Hoje, a plataforma de orientação de sinistros da EvolutionIQ, baseada em inteligência artificial, é usada pela maioria das seguradoras de invalidez dos EUA, ajudando milhões de trabalhadores lesionados a se recuperarem e voltarem à ativa. Em 2019, um trio de cofundadores enxergou uma oportunidade que outros ignoraram: em um setor lento e tradicional, havia montanhas de dados subutilizados.

Enquanto muitos viam apenas restrições no mundo concentrado e avesso ao risco dos seguros, eles reconheceram a chance de criar um valor imenso com uma aplicação vertical e específica de IA em uma área obscura. Veja o que mais chamou nossa atenção nessa jornada até uma aquisição de 730 milhões de dólares.

A história dos fundadores

Recentemente, conversamos com o time fundador para entender como passaram de uma ideia inicial de IA a uma aquisição de 730 milhões de dólares em cinco anos. Desde lidar com longos ciclos de vendas e conquistar a confiança de clientes conservadores, até montar uma equipe técnica de elite antes da “guerra dos talentos” em IA — a história deles oferece um modelo para construir uma empresa de IA de forma estratégica e sólida.

“A economia é tão complexa que a IA vai mudar todos os aspectos. Isso funcionou porque escolhemos algo bem específico e o compreendemos profundamente.”

2018 – Comece com critérios claros para encontrar sua ideia

Após anos como engenheiro de machine learning no Google — atuando em projetos como carros autônomos e recomendações do Maps — Tom Vykruta sabia que queria fundar uma empresa com base em IA. Para filtrar as infinitas possibilidades, ele definiu critérios específicos: problema repetitivo, base de dados massiva, soluções atuais manuais ou baseadas em regras, pouca concorrência e missão interessante. O processamento de sinistros em seguros atendia a todos esses requisitos.

Primavera de 2019 – Abrace as restrições em mercados negligenciados

Muitos investidores recusaram o projeto porque o setor de seguros parecia limitado — havia cerca de apenas 150 pessoas nos EUA com poder de decisão para comprar esse tipo de solução. Mas a equipe enxergou algo diferente: um mercado concentrado onde uma aplicação precoce de IA poderia gerar valor enorme. Eles mergulharam fundo para quebrar barreiras e realmente entender esse mercado fechado e pouco explorado.

2020 – Torne o recrutamento sua prioridade de execução nº1

A equipe tomou a decisão incomum de contratar um recrutador interno em tempo integral já no primeiro ano — e adicionou mais recrutadores dedicados mesmo ainda sendo uma empresa pequena. Quando chegaram a 30 funcionários, já tinham cerca de quatro recrutadores internos. “Alguns investidores perguntavam: ‘Por que vocês têm mais recrutadores do que vendedores?’ Mas víamos isso como parte dos 100 membros que queríamos ter no time no ano seguinte”, conta Mike Saltzman, cofundador.

“Se você está tentando construir uma empresa de camada de aplicação em IA, precisa entender qual é o seu fosso competitivo. Imagine que já funciona, e que estamos três anos no futuro — o que será materialmente diferente nos seus dados, no seu fluxo de trabalho e nos seus relacionamentos com clientes que outra empresa não consiga copiar em um projeto de fim de semana?”

2021 – Quando as regras não servem, quebre-as com intenção

Desafiando a sabedoria convencional de startups, a equipe adotou o modelo de co-CEOs, com Jonathan Lewin e Mike Saltzman dividindo a liderança. “Todo mundo dizia que era loucura, que não fazia sentido — mas acabou sendo uma excelente decisão. O papel de CEO em uma startup é quase impossível, porque você nunca tem horas suficientes no dia. Ter duas pessoas nesse cargo nos deu uma alavancagem incrível”, diz Jonathan.

“Reconhecer padrões é útil, mas às vezes o(a) fundador(a) tem uma intuição muito forte. A sabedoria convencional serve para ajudar — não para te algemar.”

Jonathan Lewin, Co-fundador e Co-CEO da EvolutionIQ